Há muito tempo que as comunidades se preocupam com a segurança
física dos mais velhos. Contudo, o número crescente de idosos morando
sozinhos na Alemanha agora se vê em dificuldades para responder a
ameaças ainda mais perniciosas: a solidão e o isolamento.
A reportagem é de Guido Kleinhubbert e Antje Windmann, publicada na revista Der Spiegel e reproduzida pelo portal Uol, 11-01-2013.
Mesmo durante os meses frios de inverno, Erna J. regularmente abre a porta da varanda de seu pequeno apartamento de dois cômodos, no distrito de Neukölln, em Berlim. A senhora de 93 anos coloca um punhado de amendoins em seu carpete florido para ver os pássaros azuis entrarem em sua sala e roubá-los. "Os passarinhos são meus sublocatários", diz ela.
Além dos pássaros, quase ninguém visita a senhora. Erna J. tem cabelos brancos e aparelhos nas pernas e, como muitas pessoas de sua idade, sofre de extrema solidão. Ela nasceu pouco depois da Primeira Guerra Mundial e se mudou para este apartamento há 50 anos. Dez anos depois, seu marido morreu. Ela sobreviveu a todos seus irmãos e amigas. O marido dela não queria ter filhos. "Eu devia ter insistido", diz a ex-cozinheira, "então talvez eu não fosse tão solitária hoje". O telefone dela quase nunca toca --e quando toca, em geral é alguém da empresa de seguro de saúde.
Certo dia, ela caiu no chão do banheiro. Com suas últimas forças, ela conseguiu engatinhar até o quarto e ligar para o número de emergência. Então os bombeiros invadiram seu apartamento e a ajudaram a se levantar. Agora ela está se sentindo melhor, mas ainda tem medo que algo similar volte a acontecer e que ela possa se ver impotente caída no chão. "Para evitar cair, eu removi todas as passadeiras e tapetes do banheiro", diz ela.
Ao mesmo tempo, ela não está disposta a se mudar para um retiro de idosos. Seu apartamento lhe dá certa independência, e ela gosta de cozinhar e ainda toma banho sem ajuda. Além disso, em casa, pode decidir quando acordar e quando dormir.
Cada vez mais isolados
Mais de dois milhões de homens e mulheres na Alemanha com mais de 80 anos moram sozinhos. A maior parte deles ficou isolada quando seus cônjuges morreram. Os especialistas acreditam que esse número vai aumentar consideravelmente, graças à expectativa de vida crescente.
Um estudo do Allensbach Institute concluiu que os idosos na Alemanha estão mais saudáveis e em forma do que em qualquer outro momento da história. Ainda assim, também é verdade que as pessoas com mais de 70 anos passam uma média de 17 horas por dia sozinhas --mais do que qualquer outro grupo demográfico.
De acordo com o Centro Alemão de Gerontologia (DZA, na sigla em alemão), mais de 20% dos alemães com mais de 70 anos mantêm contato regular com apenas uma pessoa ou ninguém. Um em cada quatro recebe uma visita de amigos e conhecidos menos de uma vez por mês, e quase um em cada dez não é mais visitado por ninguém.
Muitos idosos não têm ninguém que ainda os chame pelo primeiro nome ou que pergunte como vão. Para muitos, os atores das novelas se tornam uma espécie de família substituta.
E mais, o fato de cada vez mais pessoas optarem por não ter filhos ameaça piorar o isolamento vivido pelos mais velhos. De fato, a falta de filhos aumenta significativamente o risco de solidão.
Por outro lado, como as pessoas se mudam mais e moram menos frequentemente perto de seus pais, a geração mais velha não pode mais contar que vai se manter uma parte integrante da vida dos filhos, e que estes cuidarão dela um dia.
Consequentemente, o risco de solidão entre os mais velhos possivelmente pode aumentar no futuro, diz o diretor do DZA, Clemens Tesch-Römer.
Incrivelmente solitários
A filial de Berlim dos Amigos dos Idosos (FAM, na sigla em alemão), ramo da Federação Internacional dos Pequenos Irmãos dos Pobres, está trabalhando para aliviar este problema.
O diretor da FAM Berlim, Klaus Pawletko, e seus colegas organizam atividades como visitas ao zoológico, viagens de barco pelos canais de Berlim e grupos de discussão.
Além disso, encontram voluntários para fazerem visitas aos idosos. Eles também oferecem serviços que chamam de "visitas por telefone", dando aos idosos uma chance de pelo menos bater papo com alguém uma vez por semana.
Pawletko viu muita pobreza durante sua carreira, e ele acha bom que as pessoas na Alemanha estejam falando sobre a inadequação das aposentadorias. Contudo, o assistente social diz que "os idosos de fato consideram o fato de estarem sozinhos muito pior do que suas dificuldades financeiras". Ainda assim, ele acrescenta, quase ninguém na Alemanha fala disso, e em geral isso é posto de lado como apenas uma questão de percepção.
Foi provado que, além de deixar as pessoas tristes, a solidão as deixa doentes. De fato, especialistas como Pawletko, não ficam surpresos que não haja faixa etária com índice de suicídio mais alto do que as pessoas com mais de 80 anos. "Muitos veem a morte como uma libertação", diz ele. Para piorar, a doença intensifica a sensação de solidão. Uma pessoa fraca que perdeu sua mobilidade muitas vezes sofre de isolamento, diz Tesch-Römer.
Irmgard Bielke, 78, sabe como é duro para um indivíduo idoso superar a solidão. Ela perdeu o marido, Herbert, em 1994 --e depois a filha, Gabi, há poucos anos. Os dois morreram de câncer de pulmão.
Bielke parou de nutrir amizades externas porque estava perfeitamente feliz com uma vida que girava em torno de sua pequena família. "Agora, estou pagando um preço alto", diz ela arrependida.
Bielke dorme em seu lado da cama de casal, deixando o lado do marido intocado. Sobre a colcha está um elefante de pelúcia que ficou anos para ser apertado. O bicho pertencia à Gabi quando era pequena. Bielke diz que muitas vezes se sente totalmente deprimida no Natal e em dias chuvosos. Quando ela não aguenta mais ficar em seu apartamento, ela vai para cafés ou faz pequenas viagens. Mas ela nunca encontra ninguém. "É difícil se conectar com pessoas quando você está velho", diz ela.
Buscando os idosos
Bielke é mais extrovertida do que a maior parte das pessoas da idade dela. Muitos idosos acham difícil conseguir as informações sobre os serviços de visitas e de compras oferecidos em suas comunidades. Uma série de prefeituras e associações de bairro compreenderam que são elas que têm que buscar os idosos para atender suas necessidades.
Nas cidades de Bremen e Hamburgo, por exemplo, os funcionários da agência batem nas portas dos idosos que moram sozinhos e fazem uma simples pergunta: Posso fazer alguma coisa pelo senhor?
Em Hamburgo, os assistentes sociais encontraram uma senhora que por dois anos não tinha falado com ninguém além da mulher do caixa do supermercado e um senhor idoso que passou meses no escuro porque tinha negligenciado as cartas lembrando-- o de pagar suas contas --e não sabia a quem recorrer.
Gabriele Broszonn, 45, conhece esses casos. Ela trabalha em Munique para uma entidade da prefeitura chamada Gewofag, que está participando de um projeto chamado "Visitas Preventivas". Só no distrito de Ramersdor, há mais de 600 participantes da Gewofag com mais de 75 anos. Há inclusive 12 pessoas com mais de 100 anos morando sozinhas.
Broszonn e seus colegas organizam assistentes para tarefas domésticas e compras, divulgam notícias de eventos para a terceira idade e verificam se as residências foram alteradas de forma a atender melhor as necessidades dos idosos. Broszonn já se sentou na sala de estar de mais de 200 idosos.
Sua primeira visita do dia é às 9h da manhã, na casa de Rosa Doll. Demora um tempo para a senhora de 82 anos, que anda inclinada, chegar até o interfone. Doll mora sozinha há 20 anos e está em pé na entrada do apartamento com um sorriso. Então ela arrasta os pés para a sala de estar com seus chinelos quadriculados. Ali, há bonecas sentadas em um sofá de veludo, enquanto se ouve uma cítara tocando no rádio. Doll coloca biscoitos de chocolate na mesa e serve café em xícaras florais.
Doll passa seu tempo gravando música folk da rádio pública da Baviera. Ela gravou e catalogou quase 2.000 fitas cassete. "Minhas fitinhas", diz.
Durante sua conversa, Broszonn pergunta a Doll como ela está se virando no apartamento. "Minhas costas doem um pouco", responde, acrescentando que é difícil para ela entrar na banheira e voltar a ficar em pé. Um corrimão na parede poderia ajudá-la, diz Broszonn. "Mas será que ainda vale a pena para mim? Ele vai se pagar?", pergunta Doll.
Ao sair, a assistente social dá um abraço em Doll e promete enviar alguém para instalar o corrimão assim que possível.
Conexões
Depois da visita, Broszonn diz que Doll "pareceu muito bem". Ela observa que muitas vezes os idosos estariam muito melhor em um abrigo, mas muitos deles relutam em se mudar. "Seus apartamentos são tudo o que têm", diz Broszonn. Apesar de todo o isolamento e solidão, ter seu próprio apartamento é uma parte importante da independência que os indivíduos mais velhos tentam manter, diz ela.
Felizmente, a tecnologia ao menos pode acabar com o medo dos idosos de sofrerem acidentes. Irmgard Bielke, de 78 anos cujo marido morreu de câncer de pulmão, usa um botão de emergência em seu pulso. Quando ela o pressiona, a organização Johanniter recebe um sinal de alarme. Erna J, a senhora de 93 anos que gosta de dar amendoim aos pássaros, usa um botão desses em um colar em torno do pescoço.
Todos os dias, a organização recebe quase 3.000 chamadas de emergência de seus 110.000 clientes. Contudo, em mais da metade dos chamados, ninguém caiu ou adoeceu. Em vez disso, as pessoas pressionaram o botão só para falar com alguém.
A associação FAM agora organizou para que Erna J. seja levada uma vez por mês para jogar bingo. "É um verdadeiro ponto alto para mim", diz ela.
Antes, durante uma visita a um hospital, ela tinha confidenciado a uma enfermeira como se sentia isolada. A enfermeira deu o número de telefone das agências de emprego que podem arrumar para que desempregados sejam contratados para ajudar idosos. "Eu realmente tive que tomar coragem antes de ligar", admite.
Agora, suas compras são feitas por um homem nas terças ferias e por outro nas quintas. Erna J. chama os dois ajudantes de "amigo da terça" e "amigo da quinta".
A reportagem é de Guido Kleinhubbert e Antje Windmann, publicada na revista Der Spiegel e reproduzida pelo portal Uol, 11-01-2013.
Mesmo durante os meses frios de inverno, Erna J. regularmente abre a porta da varanda de seu pequeno apartamento de dois cômodos, no distrito de Neukölln, em Berlim. A senhora de 93 anos coloca um punhado de amendoins em seu carpete florido para ver os pássaros azuis entrarem em sua sala e roubá-los. "Os passarinhos são meus sublocatários", diz ela.
Além dos pássaros, quase ninguém visita a senhora. Erna J. tem cabelos brancos e aparelhos nas pernas e, como muitas pessoas de sua idade, sofre de extrema solidão. Ela nasceu pouco depois da Primeira Guerra Mundial e se mudou para este apartamento há 50 anos. Dez anos depois, seu marido morreu. Ela sobreviveu a todos seus irmãos e amigas. O marido dela não queria ter filhos. "Eu devia ter insistido", diz a ex-cozinheira, "então talvez eu não fosse tão solitária hoje". O telefone dela quase nunca toca --e quando toca, em geral é alguém da empresa de seguro de saúde.
Certo dia, ela caiu no chão do banheiro. Com suas últimas forças, ela conseguiu engatinhar até o quarto e ligar para o número de emergência. Então os bombeiros invadiram seu apartamento e a ajudaram a se levantar. Agora ela está se sentindo melhor, mas ainda tem medo que algo similar volte a acontecer e que ela possa se ver impotente caída no chão. "Para evitar cair, eu removi todas as passadeiras e tapetes do banheiro", diz ela.
Ao mesmo tempo, ela não está disposta a se mudar para um retiro de idosos. Seu apartamento lhe dá certa independência, e ela gosta de cozinhar e ainda toma banho sem ajuda. Além disso, em casa, pode decidir quando acordar e quando dormir.
Cada vez mais isolados
Mais de dois milhões de homens e mulheres na Alemanha com mais de 80 anos moram sozinhos. A maior parte deles ficou isolada quando seus cônjuges morreram. Os especialistas acreditam que esse número vai aumentar consideravelmente, graças à expectativa de vida crescente.
Um estudo do Allensbach Institute concluiu que os idosos na Alemanha estão mais saudáveis e em forma do que em qualquer outro momento da história. Ainda assim, também é verdade que as pessoas com mais de 70 anos passam uma média de 17 horas por dia sozinhas --mais do que qualquer outro grupo demográfico.
De acordo com o Centro Alemão de Gerontologia (DZA, na sigla em alemão), mais de 20% dos alemães com mais de 70 anos mantêm contato regular com apenas uma pessoa ou ninguém. Um em cada quatro recebe uma visita de amigos e conhecidos menos de uma vez por mês, e quase um em cada dez não é mais visitado por ninguém.
Muitos idosos não têm ninguém que ainda os chame pelo primeiro nome ou que pergunte como vão. Para muitos, os atores das novelas se tornam uma espécie de família substituta.
E mais, o fato de cada vez mais pessoas optarem por não ter filhos ameaça piorar o isolamento vivido pelos mais velhos. De fato, a falta de filhos aumenta significativamente o risco de solidão.
Por outro lado, como as pessoas se mudam mais e moram menos frequentemente perto de seus pais, a geração mais velha não pode mais contar que vai se manter uma parte integrante da vida dos filhos, e que estes cuidarão dela um dia.
Consequentemente, o risco de solidão entre os mais velhos possivelmente pode aumentar no futuro, diz o diretor do DZA, Clemens Tesch-Römer.
Incrivelmente solitários
A filial de Berlim dos Amigos dos Idosos (FAM, na sigla em alemão), ramo da Federação Internacional dos Pequenos Irmãos dos Pobres, está trabalhando para aliviar este problema.
O diretor da FAM Berlim, Klaus Pawletko, e seus colegas organizam atividades como visitas ao zoológico, viagens de barco pelos canais de Berlim e grupos de discussão.
Além disso, encontram voluntários para fazerem visitas aos idosos. Eles também oferecem serviços que chamam de "visitas por telefone", dando aos idosos uma chance de pelo menos bater papo com alguém uma vez por semana.
Pawletko viu muita pobreza durante sua carreira, e ele acha bom que as pessoas na Alemanha estejam falando sobre a inadequação das aposentadorias. Contudo, o assistente social diz que "os idosos de fato consideram o fato de estarem sozinhos muito pior do que suas dificuldades financeiras". Ainda assim, ele acrescenta, quase ninguém na Alemanha fala disso, e em geral isso é posto de lado como apenas uma questão de percepção.
Foi provado que, além de deixar as pessoas tristes, a solidão as deixa doentes. De fato, especialistas como Pawletko, não ficam surpresos que não haja faixa etária com índice de suicídio mais alto do que as pessoas com mais de 80 anos. "Muitos veem a morte como uma libertação", diz ele. Para piorar, a doença intensifica a sensação de solidão. Uma pessoa fraca que perdeu sua mobilidade muitas vezes sofre de isolamento, diz Tesch-Römer.
Irmgard Bielke, 78, sabe como é duro para um indivíduo idoso superar a solidão. Ela perdeu o marido, Herbert, em 1994 --e depois a filha, Gabi, há poucos anos. Os dois morreram de câncer de pulmão.
Bielke parou de nutrir amizades externas porque estava perfeitamente feliz com uma vida que girava em torno de sua pequena família. "Agora, estou pagando um preço alto", diz ela arrependida.
Bielke dorme em seu lado da cama de casal, deixando o lado do marido intocado. Sobre a colcha está um elefante de pelúcia que ficou anos para ser apertado. O bicho pertencia à Gabi quando era pequena. Bielke diz que muitas vezes se sente totalmente deprimida no Natal e em dias chuvosos. Quando ela não aguenta mais ficar em seu apartamento, ela vai para cafés ou faz pequenas viagens. Mas ela nunca encontra ninguém. "É difícil se conectar com pessoas quando você está velho", diz ela.
Buscando os idosos
Bielke é mais extrovertida do que a maior parte das pessoas da idade dela. Muitos idosos acham difícil conseguir as informações sobre os serviços de visitas e de compras oferecidos em suas comunidades. Uma série de prefeituras e associações de bairro compreenderam que são elas que têm que buscar os idosos para atender suas necessidades.
Nas cidades de Bremen e Hamburgo, por exemplo, os funcionários da agência batem nas portas dos idosos que moram sozinhos e fazem uma simples pergunta: Posso fazer alguma coisa pelo senhor?
Em Hamburgo, os assistentes sociais encontraram uma senhora que por dois anos não tinha falado com ninguém além da mulher do caixa do supermercado e um senhor idoso que passou meses no escuro porque tinha negligenciado as cartas lembrando-- o de pagar suas contas --e não sabia a quem recorrer.
Gabriele Broszonn, 45, conhece esses casos. Ela trabalha em Munique para uma entidade da prefeitura chamada Gewofag, que está participando de um projeto chamado "Visitas Preventivas". Só no distrito de Ramersdor, há mais de 600 participantes da Gewofag com mais de 75 anos. Há inclusive 12 pessoas com mais de 100 anos morando sozinhas.
Broszonn e seus colegas organizam assistentes para tarefas domésticas e compras, divulgam notícias de eventos para a terceira idade e verificam se as residências foram alteradas de forma a atender melhor as necessidades dos idosos. Broszonn já se sentou na sala de estar de mais de 200 idosos.
Sua primeira visita do dia é às 9h da manhã, na casa de Rosa Doll. Demora um tempo para a senhora de 82 anos, que anda inclinada, chegar até o interfone. Doll mora sozinha há 20 anos e está em pé na entrada do apartamento com um sorriso. Então ela arrasta os pés para a sala de estar com seus chinelos quadriculados. Ali, há bonecas sentadas em um sofá de veludo, enquanto se ouve uma cítara tocando no rádio. Doll coloca biscoitos de chocolate na mesa e serve café em xícaras florais.
Doll passa seu tempo gravando música folk da rádio pública da Baviera. Ela gravou e catalogou quase 2.000 fitas cassete. "Minhas fitinhas", diz.
Durante sua conversa, Broszonn pergunta a Doll como ela está se virando no apartamento. "Minhas costas doem um pouco", responde, acrescentando que é difícil para ela entrar na banheira e voltar a ficar em pé. Um corrimão na parede poderia ajudá-la, diz Broszonn. "Mas será que ainda vale a pena para mim? Ele vai se pagar?", pergunta Doll.
Ao sair, a assistente social dá um abraço em Doll e promete enviar alguém para instalar o corrimão assim que possível.
Conexões
Depois da visita, Broszonn diz que Doll "pareceu muito bem". Ela observa que muitas vezes os idosos estariam muito melhor em um abrigo, mas muitos deles relutam em se mudar. "Seus apartamentos são tudo o que têm", diz Broszonn. Apesar de todo o isolamento e solidão, ter seu próprio apartamento é uma parte importante da independência que os indivíduos mais velhos tentam manter, diz ela.
Felizmente, a tecnologia ao menos pode acabar com o medo dos idosos de sofrerem acidentes. Irmgard Bielke, de 78 anos cujo marido morreu de câncer de pulmão, usa um botão de emergência em seu pulso. Quando ela o pressiona, a organização Johanniter recebe um sinal de alarme. Erna J, a senhora de 93 anos que gosta de dar amendoim aos pássaros, usa um botão desses em um colar em torno do pescoço.
Todos os dias, a organização recebe quase 3.000 chamadas de emergência de seus 110.000 clientes. Contudo, em mais da metade dos chamados, ninguém caiu ou adoeceu. Em vez disso, as pessoas pressionaram o botão só para falar com alguém.
A associação FAM agora organizou para que Erna J. seja levada uma vez por mês para jogar bingo. "É um verdadeiro ponto alto para mim", diz ela.
Antes, durante uma visita a um hospital, ela tinha confidenciado a uma enfermeira como se sentia isolada. A enfermeira deu o número de telefone das agências de emprego que podem arrumar para que desempregados sejam contratados para ajudar idosos. "Eu realmente tive que tomar coragem antes de ligar", admite.
Agora, suas compras são feitas por um homem nas terças ferias e por outro nas quintas. Erna J. chama os dois ajudantes de "amigo da terça" e "amigo da quinta".
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Fonte: IHU on line, 14/01/2013
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