José Tolentino Mendonça*
O escritor americano Mark Twain assinou esta frase certeira: “A
bondade é o idioma que o surdo ouve e o cego vê.” Um mês passado da
eleição do Papa Francisco, talvez essa frase, melhor do que outras, nos
possibilite a compreensão da expectativa primaveril que percorre agora
a Igreja, e vai até para além dela. Que temos visto? Nada de
extraordinário, de sistemático ou de espetacular, devemos de dizer. O
primeiro mês é uma medida de tempo naturalmente escassa. O Papa mal
teve tempo tempo de “aterrar” na complexa realidade que lhe está
confiada e grande parte dos atos que cumpre, está a realizá-los pela
primeira vez, com tudo o que isso significa. Por isso, com um mês de
pontificado, ainda não vimos quase nada. Mas, temos também de
reconhecer, que o modo como este mês decorreu marca desde já um estilo.
O enorme entusiasmo que a sua personalidade tem despertado, reside
fundamentalmente aí: no estilo. É pouca coisa? De modo algum. Num
recente estudo, intitulado “O cristianismo como estilo”, o grande
teólogo Christoph Theobald explica como é o estilo que evita a redução
do cristianismo à abstração de um sistema, mostrando a vida cristã como
maneira singular e profética de habitar o mundo.
O estilo é o léxico da profecia. O estilo inspira. E o estilo do papa Francisco interpela tanto (e tantos) por ser isto: um despojado e paterno magistério da bondade. A bondade que é uma essencial gramática cristã e humana. Todos a entendem.
Na entrevista que os jornalistas Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti fizeram ao então cardeal Bergoglio, e que foi agora publicada em Portugal, podemos ler esta confissão, que diz muito sobre o estilo do Papa Francisco: “hoje é fundamental o diálogo ético, mas de uma ética com bondade. Tenho pânico dos defensores de uma ética sem bondade”. Toca-nos muito que o sucessor de Pedro sinta que a forma evangélica de tocar o coração humano é a bondade.
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* Presbítero. Escritor. Poeta português.
Fonte: Site de Portugal: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=95148
O estilo é o léxico da profecia. O estilo inspira. E o estilo do papa Francisco interpela tanto (e tantos) por ser isto: um despojado e paterno magistério da bondade. A bondade que é uma essencial gramática cristã e humana. Todos a entendem.
Na entrevista que os jornalistas Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti fizeram ao então cardeal Bergoglio, e que foi agora publicada em Portugal, podemos ler esta confissão, que diz muito sobre o estilo do Papa Francisco: “hoje é fundamental o diálogo ético, mas de uma ética com bondade. Tenho pânico dos defensores de uma ética sem bondade”. Toca-nos muito que o sucessor de Pedro sinta que a forma evangélica de tocar o coração humano é a bondade.
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* Presbítero. Escritor. Poeta português.
Fonte: Site de Portugal: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=95148
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