sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ausência

Carlos Drummond de Andrade 

 

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
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Fonte:  http://www.revistabula.com/254-os-10-maiores-poemas-dos-ultimos-200-anos/

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