Sucesso inesperado. Ex-jornalista, Jonas Jonasson virou autor aos 47 anos
Terceiro / Divulgação/Jonas Fönster
Livro de Jonas Jonasson vendeu milhões de cópias em seu país
Rio - Forrest Gump pode guardar sua caixa de bombons. Com “O ancião
que saiu pela janela e desapareceu”, o escritor sueco Jonas Jonasson
lançou um sério concorrente ao posto de viajante mais excêntrico:
trata-se de Allan Karlsson, um velhinho teimoso que foge do asilo no dia
de seu aniversário de 100 anos, e termina numa corrida frenética — e de
pijamas — pela Suécia. O romance, que acaba de chegar ao Brasil pela
Record, é a estreia tardia de Jonasson na literatura. Jornalista de
formação, ele começou a escrever ficção aos 47 anos, após vender sua
milionária agência de consultoria de mídia, passar por duas grandes
cirurgias nas costas, e enfrentar um divórcio difícil. Logo na primeira
tentativa, emplacou um best-seller inesperado, adquirido por 35 países.
— Terminei de escrever o livro em meu 47º aniversário — conta Jonasson, hoje com 52 anos. — O que estou querendo dizer é: eu não estava pronto para escrevê-lo... seja aos 23 ou aos 37, ou com qualquer idade antes disso. O romance foi escrito de forma que eu mesmo pudesse lê-lo, sem considerar de que maneira um livro “deveria” ser escrito. Fiquei tão feliz quando meu manuscrito foi aceito por uma editora, que não me importava se vendesse 600 ou 6 mil cópias. Eu tinha uma identidade de novo, eu era um autor.
Roubos e explosivos
Embora o autor jure que não tenha antecipado nada, seu personagem parece ter sido criado na medida para agradar a um determinado público. Após fugir do asilo, Allan Karlsson afana uma bagagem cheia de dinheiro e logo se vê perseguido pela polícia local e por uma gangue de criminosos. Apesar das pernas fracas, atrai cúmplices (entre eles, uma elefanta), neutraliza seus adversários e ainda se revela um especialista em explosivos. Com seus muitos talentos, torna-se suspeito de triplo assassinato pela imprensa sueca.
Paralelamente às aventuras atuais do ancião, Jonasson narra, em uma série de flashbacks, sua trajetória ao longo do século XX. Por coincidências inexplicáveis, Karlsson participou de alguns dos principais eventos da Humanidade. Além de ter sido amigo do ex-presidente americano Harry S. Truman, conheceu Mao Tsé-Tung, Kim Jong-il, Churchill e até um irmão ilegítimo de Einstein num gulag.
— Desde o início tive a ideia de descrever o século XX de forma humorística, mas ainda assim ressaltando as lacunas da Humanidade — explica Jonasson. — Para isso eu precisava de um guia através do século, e o personagem tinha que ter idade o suficiente para cobri-lo. Mas, durante a escrita, Allan e eu acabamos por nos conhecer melhor. No fim, foi ele que virou o centro da história, e não o século.
Jonasson diz que seu livro vendeu mais de 6 milhões de cópias. Já a editora crava 4,5 milhões. De qualquer maneira, “O ancião que saiu pela janela e desapareceu” é mais um sucesso comercial sueco, que desta vez varia um pouco dos thrillers de Stieg Larsson (da trilogia “Millennium”). Jonasson, aliás, não sabe explicar por que tantos best-sellers sangrentos são exportados por seu país.
— Tenho pensado bastante sobre a questão, mas nunca cheguei a uma resposta — diz. — Eu não estava ciente do sucesso internacional da ficção de crime sueca até virar, eu mesmo, autor e ter de defendê-la.
Depois de superar seus problemas físicos e emocionais, Jonasson começou uma nova vida como escritor. Hoje mora confortavelmente numa ilha sueca, com seu filho e uma criação de galinhas. Ele consegue prever que tipo de velhinho será se chegar, como seu personagem, aos 100 anos?
— Ah, eu gostaria de citar Groucho Marx nessa: “Pretendo viver para sempre, ou morrer tentando.” Groucho falhou, vamos ver como me saio. Como serei aos 100 anos? Provavelmente insuportável.
— Terminei de escrever o livro em meu 47º aniversário — conta Jonasson, hoje com 52 anos. — O que estou querendo dizer é: eu não estava pronto para escrevê-lo... seja aos 23 ou aos 37, ou com qualquer idade antes disso. O romance foi escrito de forma que eu mesmo pudesse lê-lo, sem considerar de que maneira um livro “deveria” ser escrito. Fiquei tão feliz quando meu manuscrito foi aceito por uma editora, que não me importava se vendesse 600 ou 6 mil cópias. Eu tinha uma identidade de novo, eu era um autor.
Roubos e explosivos
Embora o autor jure que não tenha antecipado nada, seu personagem parece ter sido criado na medida para agradar a um determinado público. Após fugir do asilo, Allan Karlsson afana uma bagagem cheia de dinheiro e logo se vê perseguido pela polícia local e por uma gangue de criminosos. Apesar das pernas fracas, atrai cúmplices (entre eles, uma elefanta), neutraliza seus adversários e ainda se revela um especialista em explosivos. Com seus muitos talentos, torna-se suspeito de triplo assassinato pela imprensa sueca.
Paralelamente às aventuras atuais do ancião, Jonasson narra, em uma série de flashbacks, sua trajetória ao longo do século XX. Por coincidências inexplicáveis, Karlsson participou de alguns dos principais eventos da Humanidade. Além de ter sido amigo do ex-presidente americano Harry S. Truman, conheceu Mao Tsé-Tung, Kim Jong-il, Churchill e até um irmão ilegítimo de Einstein num gulag.
— Desde o início tive a ideia de descrever o século XX de forma humorística, mas ainda assim ressaltando as lacunas da Humanidade — explica Jonasson. — Para isso eu precisava de um guia através do século, e o personagem tinha que ter idade o suficiente para cobri-lo. Mas, durante a escrita, Allan e eu acabamos por nos conhecer melhor. No fim, foi ele que virou o centro da história, e não o século.
Jonasson diz que seu livro vendeu mais de 6 milhões de cópias. Já a editora crava 4,5 milhões. De qualquer maneira, “O ancião que saiu pela janela e desapareceu” é mais um sucesso comercial sueco, que desta vez varia um pouco dos thrillers de Stieg Larsson (da trilogia “Millennium”). Jonasson, aliás, não sabe explicar por que tantos best-sellers sangrentos são exportados por seu país.
— Tenho pensado bastante sobre a questão, mas nunca cheguei a uma resposta — diz. — Eu não estava ciente do sucesso internacional da ficção de crime sueca até virar, eu mesmo, autor e ter de defendê-la.
Depois de superar seus problemas físicos e emocionais, Jonasson começou uma nova vida como escritor. Hoje mora confortavelmente numa ilha sueca, com seu filho e uma criação de galinhas. Ele consegue prever que tipo de velhinho será se chegar, como seu personagem, aos 100 anos?
— Ah, eu gostaria de citar Groucho Marx nessa: “Pretendo viver para sempre, ou morrer tentando.” Groucho falhou, vamos ver como me saio. Como serei aos 100 anos? Provavelmente insuportável.
Reportagem por Bolívar Torres (Facebook · Twitter)
Fonte:http://oglobo.globo.com/cultura/best-seller-sueco-anciao-que-saiu-pela-janela-desapareceu-ganha-edicao-no-brasil-8547583#ixzz2Uu4zjXYE
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