Craque ressalta a importância do treino e da concentração antes do Mundial,
algo que não ocorreu há quatro anos
Preparação e tranquilidade. Kaká não quer nem imaginar repetir os erros de 2006. Para 2010, o principal nome da seleção brasileira e eleito quarto melhor jogador do mundo deste ano quer garantir que ele e toda a equipe vão chegar ao Mundial da África em plena forma para disputar o título.
Diplomático, prefere não criticar ninguém. Mas deixa claro que o modelo usado em Weggis para a preparação da seleção para a Copa de 2006 não pode ser repetido. Naquela ocasião, treinos tinham ingressos vendidos a US$ 100,00 e a pacata cidade nos alpes suíços se transformou em festa por 15 dias. O resultado foi uma seleção que não entusiasmou e acabou eliminada precocemente.
Em entrevista ao Estado, em Zurique, Kaká fala sobre seu plano para os próximos cinco meses que antecedem a Copa do Mundo e aponta Portugal como o principal obstáculo para o Brasil na primeira fase.
Como será 2010 com alguns dos principais astros brasileiros disputando a Liga dos Campeões e tendo de se preservar para não chegar esgotado para defender a seleção na Copa do Mundo?
As duas coisas serão importantes. O principal certamente será a Copa do Mundo. Isso não é a mentalidade de todos. Mas o que não podemos pensar é em separar completamente as duas coisas. A Copa do Mundo será uma continuação do trabalho que cada jogador fará em seus clubes nesses próximos meses.
Qual a estratégia para garantir que defenderá a seleção com a mesma energia que tem no Real?
No meu caso, a atuação na Copa será a continuação do trabalho que eu fizer nos próximos cinco meses no Real. Portanto, tenho de me preparar bem fisicamente para estar bem para o Real, mas também para chegar em forma para a Copa.
Qual é a solução para evitar os erros de 2006 e levar para a África do Sul uma seleção pronta para vencer a Copa?
Teremos de nos concentrar. Sou a favor de uma boa preparação. Podem ocorrer muitas coisas durante a competição. Podemos ganhar ou perder. Mas, se tivermos uma boa preparação, podemos chegar com força. Teremos de usar as duas semanas que temos antes da Copa para treinar bem, para ter tranquilidade e para pensar e nos concentrar. Isso vai ser fundamental para a equipe chegar para vencer.
Cristiano Ronaldo indicou que o jogo mais difícil para Portugal é contra a Costa do Marfim e não contra o Brasil. Qual a sua avaliação?
Portugal é a seleção mais difícil entre nossos primeiros adversários. O grupo formado por esses atletas portugueses é especial. Deco, Simão e outros são grandes atletas, além de Cristiano Ronaldo e Pepe. Eles vão brigar pelo título. Portugal é a maior dificuldade que temos nesse grupo. Além disso, o Brasil está no grupo mais difícil da primeira fase.
Como é a relação com C. Ronaldo?
Ótima. É especial, porque Cristiano é companheiro de clube e ainda tenho a amizade de Pepe no Real. Até a Copa seremos companheiros.
Algum plano de voltar ao Brasil?
Agora não. Não dá para ir agora. Mas certamente mais para frente isso vai ocorrer.
Para o São Paulo de novo?
Sim, para o São Paulo.
Reportagem de Jamil Chade, estadão online, 26/12/2009
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