quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como criar filhos bem-sucedidos

Como criar filhos bem-sucedidos Alphaspirit/Divulgação
Serenidade e criatividade são segredos para garantir o equilíbrio entre mente, corpo e coração 
Foto: Alphaspirit / Divulgação
 Livro dá dicas para conduzir as crianças da geração Z rumo a um futuro próspero — e, também, esclarece que nem sempre "próspero" é o que os pais imaginam
Todo pai e toda mãe desejam que seu filho tenha sucesso na vida. Mas nem sempre esse sucesso está associado a fama, dinheiro e poder. Uma pessoa bem-sucedida é aquela que se sente realizada, vive com qualidade e equilíbrio e está bem consigo e com os outros. Parte desse sucesso depende da qualidade da educação recebida na infância.

Um guia com sete maneiras de ajudar os filhos a se realizarem na escola e na vida acaba de ser lançado pela Editora Sextante, com autoria da educadora Andrea Ramal. Em Filhos Bem-sucedidos (192 páginas, R$ 19,90), a autora dá dicas de como educar os filhos em um mundo competitivo e com tantas mudanças. Aborda ainda que a educação oferecida hoje, tanto em casa quanto na escola, não é a mesma de décadas atrás, e mostra como lidar com os desafios dessa realidade educacional e com o estilo de aprendizado das crianças e dos jovens da geração Z.

Sete fatores-chave para o sucesso
- Estimular uma atitude empreendedora
- Formar uma criança com valores essenciais para o futuro
- Acertar na hora de escolher uma escola
- Ensinar a criança a estudar
- Potencializar o trabalho da escola
- Ajudar o filho a superar dificuldades escolares
- Ir além do ensino escolar e formar um cidadão integral

"Não adianta manter o velho modelo 
de educação intocado"

Serenidade e criatividade, segundo a educadora Andrea Ramal, são segredos para garantir o equilíbrio entre mente, corpo e coração. Confira trechos da entrevista que ela concedeu ao Meu Filho.

Meu Filho — O sucesso é algo relativo, que varia de acordo com os padrões culturais de cada época, local e classe social. Quais seriam os padrões universais de sucesso?
Andrea Ramal — Dificilmente poderíamos falar em padrões universais, pois sucesso está ligado a valores, cultura, mentalidades, e essas condições podem mudar. No entanto, de uma forma geral, acredito que as pessoas de sucesso sejam as que conseguem um equilíbrio na própria vida e se sentem bem consigo mesmas e com os outros. São aquelas que reagem com serenidade e criatividade frente aos problemas, têm autoconfiança para encarar as dificuldades. São as que têm iniciativa e entusiasmo. Não esperam acontecer, elas constroem o próprio destino. As pessoas de sucesso alcançam qualidade de vida e se sentem felizes. Elas equilibram a mente, o corpo, o coração.

Meu Filho — Quais costumam ser as falsas noções de sucesso que os pais têm acerca da criação dos seus filhos?
Andrea — Alguns pais ligam sucesso simplesmente a dinheiro, fama ou poder. Outros medem o sucesso pelos relacionamentos, orgulham-se quando os filhos têm amigos de famílias ricas e chegam a escolher a escola em função de quem frequenta. Às vezes, esses valores não são passados de forma explícita, mas ficam subliminares nas conversas do dia a dia. Com uma criação marcada por preconceitos e por valores da sociedade de consumo, os pais correm o risco de formar pessoas frustradas, que querem ter sempre mais e nunca estão satisfeitas, que são competitivas e que querem dominar os outros a qualquer custo. Ou simplesmente incapazes de agir com solidariedade e empatia.

Meu Filho — Como os pais podem se manter bem atualizados em relação às mudanças de seu tempo?
Andrea — Os pais precisam se informar e, no que se refere à tecnologia, aprender a usar os dispositivos e mídias que as crianças usam. As crianças de hoje são membros da geração Z, de "zapping". Elas buscam sempre novidades, sem necessariamente se aprofundar no que encontram. Aprendem "just in time", à medida que precisam do conhecimento para resolver algo, sem acumular informação na cabeça. Preferem fazer várias coisas ao mesmo tempo. O abismo entre esta geração e a anterior é imenso. Mas não adianta manter o velho modelo de educação intocado, esperando que as crianças se adaptem. Para educar hoje, é preciso assumir que o contexto mudou, que as crianças são diferentes e pensam, relacionam-se e aprendem de novas maneiras. Os pais devem entrar nesse mundo para dialogar com elas, ensinando-as a reconhecer os seus riscos e a usar bem as suas potencialidades.

Meu Filho — O quanto se deve ouvir e considerar a vontade dos filhos para estabelecer as escolhas e limites da sua criação?
Andrea — É preciso encontrar o equilíbrio entre os desejos da criança e os limites necessários a toda educação. Crianças e adolescentes criados sem limites se acostumam a ter todas as vontades realizadas e acabam se tornando pessoas mimadas, suscetíveis, que se irritam facilmente e são incapazes de lidar com a frustração. São, muitas vezes, adultos imaturos, que esperam reproduzir no trabalho, em casa e nas relações sociais as mesmas situações que viveram quando crianças. Por isso é preciso saber dizer "não" quando necessário. Diálogo e afeto, uma didática que motiva e o estabelecimento de limites claros são ingredientes essenciais para uma educação equilibrada.

Meu Filho — Muitos pais acham que seus filhos são perfeitos. Quais são os fatores que influenciam na falta de crítica e como isso influencia no desenvolvimento da criança?
Andrea — É preciso ter cuidado com a forma como as críticas são feitas às crianças. Uma crítica feita por alguém da família pode ter o mesmo impacto de uma frase como: "Eu não gosto de você" ou "Você não é bom o suficiente". Já os elogios (sinceros, é claro) funcionam como reforços positivos. Mas não dá para educar só com elogios. Hoje existe uma mentalidade muito voltada para proteger as crianças do fracasso e da decepção, como se isso pudesse aumentar a sua autoestima. Na verdade, essa postura pode ser prejudicial. Mostrar ao filho que ele errou, e dizer que os pais esperam que ele se saia melhor da próxima vez, é uma forma de estimular o seu gosto por desafios e sua capacidade de superar dificuldades. Para educar hoje, é preciso assumir que o contexto mudou e que as crianças são diferentes
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Fonte: ZH on line, 15/05/2013

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