quarta-feira, 16 de abril de 2014

Os três Cedros do Líbano.

 George-François Sassine
 O Cedro do Líbano
 Uma piedosa estória contada para crianças e relembrada pelos mais velhos libaneses. Nesta Semana Santa, 
 rezemos por esse povo sofrido e fiel.

“No começo dos tempos, no Líbano, Deus criou os 3 primeiros e grandes cedros do Líbano, dos quais todos os outros descenderam. Ao primeiro, ele o fez o mais sábio. Ao segundo, ele o fez o mais forte. Ao terceiro, ele o fez o mais belo. 

Por milhares de anos as árvores cresceram em estatura, sabedoria e beleza, tendo assistido a uma expedição enviada pelo rei Salomão contra os assírios, conhecido ao profeta Elias e assistido à invenção do alfabeto pelos fenícios.

Até que um lenhador viesse, e maravilhado com a imponência daquelas árvores, as cortasse. Os cedros, sussurando em meio às suas folhas, compartilhavam seus desejos do que seria o destino de cada um.

O primeiro disse “… quero viajar pelo mundo afora, e, quando encontrá-lo, ser transformado no trono do rei mais poderoso da Terra…”.

O segundo cedro disse “… eu quero ficar nesta terra, como sinal de força e estabilidade. Assim, serei parte da lembrança da vitória do bem sobre o mal…”

O terceiro cedro finalizou “… seja aqui ou seja onde for, eu quero trazer às pessoas esperança e assim ser lembrança de Deus aos olhos dos homens …”

Porém concordaram “De Deus somos criaturas, por causa de Sua Bondade infinita existimos, então confiemos na Sua Providência”.

E assim Deus ouviu aos desejos dos 3 cedros, e assim Deus os concedeu.

Ao primeiro cedro que se tornasse abrigo de animais, e, que de suas sobras fosse feito um cocho para feno.

Ao segundo, que se tornasse uma mesa grande e robusta, mas muito simples e rústica.

Ao terceiro, que fosse apenas cortado e armazenado, quase abandonado.

Muitos anos depois, talvez séculos, numa noite gelada e cheia de estrelas, um casal peregrino que não encontrava refúgio resolveu passar a noite naquele estábulo, construído com a madeira do primeiro cedro. A mulher, em trabalho de parto, deu à luz ali mesmo. Ela envolveu seu filhinho em panos e colocou-o sobre o feno e a madeira. Naquele momento a primeira árvore entendeu que seu sonho tinha sido cumprido: sobre ele, o mais sábio dos cedros, era deitado o Rei dos reis da Terra.

Poucas décadas mais tarde, à noite e numa casa modesta, vários homens sentaram-se em refeição ao redor daquela mesa grande e robusta, simples e rústica. Um deles, após a ceia, tomou para si pão e vinho. Antes que os distribuísse, fez aos seus convidados ouvir palavras nunca ditas antes. O mais forte dos cedros entendeu então que pão e vinho já não eram mais a mesma coisa, senão a eterna aliança renovada entre os homens e o Criador Todo Poderoso.

Passadas poucas horas, o terceiro cedro que havia sido quase largado em um depósito, teve dois de seus lenhos tomados. O maior foi carregado para o alto de um monte e deitado na terra. O segundo, menor, foi entregue a um homem dilacerado e humilhado, que o carregou por horas até que chegar ao alto daquele monte. Os lenhos foram unidos e a eles foi cravado o homem, que a eles molhou com seu sangue.

Horrorizado, o terceiro e o mais belo dos cedros lamentou a herança bárbara que a vida lhe deixara, ao ter que assistir à agonia e morte de homem tão manso. Não suficiente, assistiu à terrível dor de uma jovem mãe que morria em vida assistindo ao seu filho cravado naquela cruz.

Porém, antes que três dias decorressem, entendeu seu destino: o homem que ali estivera pregado ressurgia vivo em glória e poder, demonstrando definitivamente que é a Luz do mundo, o Filho de Davi, o Cordeiro de Deus.

A cruz feita com sua madeira já não mais era símbolo de tortura, mas transformara-se em sinal concreto e visível da vitória do Amor sobre o ódio, da Humildade sobre a soberba, da Obediência sobre a revolta, do Bem sobre o mal, da Vida sobre a morte”.

Os três cedros do Líbano então glorificaram a Deus, por ter-lhes concedido, mesmo privados da imaginação de cada um deles, cumprir ao destino que cada um aspirara. Não segundo suas vontades, mas segundo a vontade de Deus.
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Fonte: http://fratresinunum.com/16/04/2014

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