Há pais que somente são pais dentro do casamento. Quando se separam, deixam a paternidade com a ex-esposa. Largam os filhos.
Não continuam pais quando solteiros e divorciados. Eles exercem a paternidade para agradar a atual mulher. Para impressionar. Para transparecer seriedade. Para sinalizar que pretendem constituir família. Para ostentar planos e projetos de gente grande.
Não seguem com os filhos após o relacionamento. Abandonam as crianças, como se fossem enteados de ocasião.
A paternidade é vista como um capricho do romance, não uma decisão para a vida inteira. Realizam o sonho de mãe de cada mulher, indiferente ao pesadelo paterno que podem impor com sua futura ausência.
Assumem os filhos em nome da esposa, ótimos e afetuosos com seus dependentes enquanto têm interesse na companheira.
Depois desaparecem, espaçam as visitas, estreitam os telefonemas, mudam de perfil, rompem os laços.
Não carregam culpa, capazes de engravidar de novo em outra história e repetir a dedicação e o consequente êxodo. A alienação com filhos anteriores não impede a reincidência. Formam uma segunda família do zero, absolutamente desmemoriados.
A paternidade aparece como um ciclo do namoro, jamais como responsabilidade integral. É um contexto provisório, uma circunstância da sedução. Desprezam o caráter permanente do envolvimento filial.
Esses pais amam seus filhos a partir das mulheres, não além das mulheres.
São pais de fachada, que usam as crianças para sensibilizar a alma feminina. São pais psicopatas do amor.
Não continuam pais quando solteiros e divorciados. Eles exercem a paternidade para agradar a atual mulher. Para impressionar. Para transparecer seriedade. Para sinalizar que pretendem constituir família. Para ostentar planos e projetos de gente grande.
Não seguem com os filhos após o relacionamento. Abandonam as crianças, como se fossem enteados de ocasião.
A paternidade é vista como um capricho do romance, não uma decisão para a vida inteira. Realizam o sonho de mãe de cada mulher, indiferente ao pesadelo paterno que podem impor com sua futura ausência.
Assumem os filhos em nome da esposa, ótimos e afetuosos com seus dependentes enquanto têm interesse na companheira.
Depois desaparecem, espaçam as visitas, estreitam os telefonemas, mudam de perfil, rompem os laços.
Não carregam culpa, capazes de engravidar de novo em outra história e repetir a dedicação e o consequente êxodo. A alienação com filhos anteriores não impede a reincidência. Formam uma segunda família do zero, absolutamente desmemoriados.
A paternidade aparece como um ciclo do namoro, jamais como responsabilidade integral. É um contexto provisório, uma circunstância da sedução. Desprezam o caráter permanente do envolvimento filial.
Esses pais amam seus filhos a partir das mulheres, não além das mulheres.
São pais de fachada, que usam as crianças para sensibilizar a alma feminina. São pais psicopatas do amor.
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* Fabrício Carpinejar
Blog de Fabricio Carpinejar. Caracterizado
por Luis Fernando Verissimo como "usina de lirismo", Fabrício Carpinejar
tem prosa absolutamente desconcertante e confessional. Poeta, cronista,
jornalista e professor, 41 anos, é autor de 26 livros e já recebeu
prêmios literários do país como Jabuti, APCA e Olavo Bilac É
apresentador da TV Gazeta, da TVCOM e da RBSTV, comentarista da Rádio
Gaúcha e colunista do jornal Zero Hora e das revistas Pais & Filhos e
Isto É Gente.
Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/fabricio-carpinejar/posts/2014/04/28/pais-so-dentro-do-casamento-534072.asp
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