Le Rendez-vous é um ballet
concebido no fim da Segunda Grande Guerra. Duas vezes rendez-vous
porque resultou de um encontro: nas traseiras da cozinha do café do pai
de Roland Petit, coreógrafo então com vinte um anos, encontraram-se,
para além deste, Jacques Prèvert, poeta, Brassai cenógrafo e fotógrafo, e
Joseph Kosma, compositor, anteriormente aluno de Bartók. Até Picasso
entrou ao barulho no meio do entusiasmo para desenhar a negro, perdão,
emprestar a negro o negro pano de fundo.
O pas de deux veio depois a ser conhecido e reconhecido em mil versões de Feuilles Mortes e em mais mil e uma de Autumn Leaves.
Este
encontro, ao contrário do outro, trata de um impossível engano. É noite
numa Paris que já deixou de existir, a que Brassai criou. Lá dentro
dançava-se. Ele, le jeune homme, é o escolhido pela morte - pelo
destino, talvez. Mas é jovem, unbelievaly young como no poema de
Bukowsky fora ele escrito no presente. Não pode morrer. Pensa que ilude a
morte e mente ao destino: ama la plus belle fillle du monde. E
consegue um encontro com la plus belle fillle du monde. É sempre com la
plus belle. Tudo se passa na rua. Cá fora. Com a tal inacreditável
juventude Bukowsky. Tudo do coração é juventude pois é músculo
desconhecido do tempo. Mas ela é o destino e mata-o. Pela simples razão
de que a juventude tem de morrer, ou sonho - ou o sonhador. Como na
vida. Não sei porque chamam expressionismo ao realismo.
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* Escritora.
Fonte: http://www.escreveretriste.com/author/eugenia/
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