Especialistas discutem por que há tanto interesse em listas do tipo
Há sempre pelo menos mil melhores coisas para se fazer antes de
morrer: filmes para ver, discos para ouvir, lugares para conhecer. A
lista de guias do tipo já inclui até 1001 cervejas para beber antes de
passar deste para o outro plano. Isso sem falar nas listas pessoais. O
ex-presidente dos EUA Bill Clinton já fez a dele. E entre os desejos
está escalar o Kilimanjaro, a montanha mais alta da África. Mas, por que
há tanto interesse em listas do tipo?
A psicóloga Aridinéa Vacchiano, que atua com terapia de vidas
passadas, explica que, a morte era um grande tabu, a não ser para
algumas sociedades, como certas tribos aborígenes, que faziam da morte
uma comemoração e lidavam com ela da mesma forma que lidavam com a vida:
sem medo, temores ou sofrimentos. Segundo Aridinéa, no atual mundo
globalizado, há mais esclarecimentos sobre o tema, que passou a fazer
parte do nosso dia a dia, através da mídia:
“Os mais jovens a veem de uma maneira banalizada, inclusive achando
que terão uma vida mais curta, não fazendo planos para o futuro. Com
essa visão, procuram realizar seus desejos de uma forma mais rápida.
Assim, nada mais concreto do que fazer uma lista de ‘melhores coisas a
se fazer antes de morrer’, da mesma forma que fazemos nossas listas de
compra para o supermercado”.
Para a especialista, ao colocar no papel as vontades que muitas vezes
ficam no nosso imaginário, como uma checklist, a lista pode ser eficaz
na realização de sonhos e acabar gerando felicidade.
“Nem tudo nesta jornada é possível, mas traçando metas e
estabelecendo alvos, tudo que queremos pode ser realizado. As listas
feitas por quem está bem e não se sente ameaçado pela vida podem
simbolizar esperança e a certeza imaginária de futuro. Muitas pessoas
vivem realizando tarefas e não veem a vida com objetivo. E a vida sem
objetivo é uma grande perda!”, defende Aridinéa.
A psicóloga Roseana Ribeiro, especialista em Motivação e Mudança de
comportamentos, alerta que, muitas vezes, os sonhos e desejos se perdem e
ficam só na mente, no pensamento, no imaginário. Já quando escrevemos e
colocamos no papel nossas tarefas, elas se tornam mais fáceis de serem
cumpridas:
“Podemos construir um paralelo com as resoluções que fazemos no
réveillon. Quando escrevemos, estamos ratificando nossos desejos, já que
colocamos emoção e motivação naquele ato”.
Há um ano, uma adolescente britânica de 15 anos em estado terminal de
câncer criou um blog no qual relata sua busca em conseguir completar
uma lista de 17 coisas que pretende fazer antes de morrer. O sucesso foi
tão grande que Alice Pyne atraiu mais de três milhões de visitantes
desde então e seu caso foi noticiado pela mídia. Na avaliação de
Aridinéa, o grande interesse pela lista da jovem não deve ser encarado
como mórbido e sim indica a curiosidade sobre o desconhecido que a morte
representa. O mesmo pensa Roseana, que defende que, quanto mais
conhecermos formas de lidar com este momento, melhor o enfrentaremos.
Ela acredita que a lista é positiva para pacientes terminais, pois é
difícil piorar os sentimentos da expectativa de morte:
“É uma oportunidade para se ter um pouco de satisfação e
consequentemente minimizar a autopiedade, a depressão, a ansiedade e o
medo. Isso facilita na aceitação, encorajamento e confiança perante a
expectativa da perda da vida”.
Caro leitor,
E você? Já fez uma lista de coisas que pretende fazer antes de morrer?
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Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/13/06/2012
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