quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mil coisas a fazer antes de morrer

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Especialistas discutem por que há tanto interesse em listas do tipo

por Fernanda Dias

Há sempre pelo menos mil melhores coisas para se fazer antes de morrer: filmes para ver, discos para ouvir, lugares para conhecer. A lista de guias do tipo já inclui até 1001 cervejas para beber antes de passar deste para o outro plano. Isso sem falar nas listas pessoais. O ex-presidente dos EUA Bill Clinton já fez a dele. E entre os desejos está escalar o Kilimanjaro, a montanha mais alta da África. Mas, por que há tanto interesse em listas do tipo?
A psicóloga Aridinéa Vacchiano, que atua com terapia de vidas passadas, explica que, a morte era um grande tabu, a não ser para algumas sociedades, como certas tribos aborígenes, que faziam da morte uma comemoração e lidavam com ela da mesma forma que lidavam com a vida: sem medo, temores ou sofrimentos. Segundo Aridinéa, no atual mundo globalizado, há mais esclarecimentos sobre o tema, que passou a fazer parte do nosso dia a dia, através da mídia:
“Os mais jovens a veem de uma maneira banalizada, inclusive achando que terão uma vida mais curta, não fazendo planos para o futuro. Com essa visão, procuram realizar seus desejos de uma forma mais rápida. Assim, nada mais concreto do que fazer uma lista de ‘melhores coisas a se fazer antes de morrer’, da mesma forma que fazemos nossas listas de compra para o supermercado”.
Para a especialista, ao colocar no papel as vontades que muitas vezes ficam no nosso imaginário, como uma checklist, a lista pode ser eficaz na realização de sonhos e acabar gerando felicidade.
“Nem tudo nesta jornada é possível, mas traçando metas e estabelecendo alvos, tudo que queremos pode ser realizado. As listas feitas por quem está bem e não se sente ameaçado pela vida podem simbolizar esperança e a certeza imaginária de futuro. Muitas pessoas vivem realizando tarefas e não veem a vida com objetivo. E a vida sem objetivo é uma grande perda!”, defende Aridinéa.
A psicóloga Roseana Ribeiro, especialista em Motivação e Mudança de comportamentos, alerta que, muitas vezes, os sonhos e desejos se perdem e ficam só na mente, no pensamento, no imaginário. Já quando escrevemos e colocamos no papel nossas tarefas, elas se tornam mais fáceis de serem cumpridas:
“Podemos construir um paralelo com as resoluções que fazemos no réveillon. Quando escrevemos, estamos ratificando nossos desejos, já que colocamos emoção e motivação naquele ato”.
Há um ano, uma adolescente britânica de 15 anos em estado terminal de câncer criou um blog no qual relata sua busca em conseguir completar uma lista de 17 coisas que pretende fazer antes de morrer. O sucesso foi tão grande que Alice Pyne atraiu mais de três milhões de visitantes desde então e seu caso foi noticiado pela mídia. Na avaliação de Aridinéa, o grande interesse pela lista da jovem não deve ser encarado como mórbido e sim indica a curiosidade sobre o desconhecido que a morte representa. O mesmo pensa Roseana, que defende que, quanto mais conhecermos formas de lidar com este momento, melhor o enfrentaremos. Ela acredita que a lista é positiva para pacientes terminais, pois é difícil piorar os sentimentos da expectativa de morte:
“É uma oportunidade para se ter um pouco de satisfação e consequentemente minimizar a autopiedade, a depressão, a ansiedade e o medo. Isso facilita na aceitação, encorajamento e confiança perante a expectativa da perda da vida”.

Caro leitor,
E você? Já fez uma lista de coisas que pretende fazer antes de morrer?
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 Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/13/06/2012

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