Margarida Cordo*
Há uma citação de Pitágoras que nos diz que «uma bela velhice é, ordinariamente, a recompensa de uma bela vida».
Também é frequente ouvirmos afirmar que se envelhece e morre tanto melhor quanto melhor se viveu.
De facto, a angústia do envelhecimento não é apenas a
antevisão da morte, mas o receio da perda de dignidade, da perda de
autonomia, da lentidão incapacitadora, da desvalorização de uma imagem
construída ao longo da vida e baseada, entre outros aspetos, na
admiração e no respeito dos outros.
Apesar de tudo isto, sabemos que muitos envelhecem e
conseguem ser felizes. Porque acreditam em si próprios, porque vivem um
dia de cada vez, porque não param a aguardar o tão temido fim, porque
não se dedicam às novas limitações, mas aceitam-nas, agradecendo e
rentabilizando as competências que mantêm.
Não podemos interromper o curso imparável dos dias e
dos anos, mas podemos apostar em cada momento como se fosse o mais
importante da nossa vida, com reconhecimento pelo que somos e não com a
angústia do que desejávamos ser ou daquilo que já fomos. Deste modo,
estaremos a construir razões para ser felizes até ao último dia da
existência, que não temos a capacidade de adivinhar (seja com que idade
for).
Enquanto estamos vivos a nossa tarefa é viver e lutar pela qualidade com que o fazemos.
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* Escritora portuguesa.
In Minutos de reflexão, ed. Paulinas
Fonte: http://www.snpcultura.org/envelhecer_e_ser_feliz.html 19.09.13
In Minutos de reflexão, ed. Paulinas
Fonte: http://www.snpcultura.org/envelhecer_e_ser_feliz.html 19.09.13
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