Ora vede: Definindo S. Bernardo o amor fino, diz assim:
Amor non quaerit causam, nec fructum:
"O amor fino não busca causa nem fruto".
Se amo, porque me amam,
tem o
amor causa;
se amo, para que me amem,
tem fruto: o amor fino não há de
ter por quê nem para quê.
Se amo por que me amam, é obrigação,
faço o
que devo;
se amo para que me amem, é negociação,
busco o que desejo.
Pois como há de amar o amor para ser fino?
Amo, quia amo, como ut amem:
amo, porque amo, e amo para amar.
Quem ama porque o amam, é agradecido;
quem ama, para que o amem, é interesseiro;
quem ama, não porque o amam,
nem para que o amem,
esse só é fino.
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