J.J. Camargo*
A nossa juventude parece menos
afeita ao relacionamento afetuoso e se empenha na interação virtual que
nunca se materializa, tentando compensar a falta de ombros calorosos e
fraternos com monitores coloridos mas insensíveis.
Provavelmente a mais inevitável das solidões é a dos
poderosos. Toda tomada de decisão que resulte em algum impacto na vida
dos outros implica um exercício de poder, e este é tenso, muitas vezes
doloroso, e sempre solitário.
Dessa forma insuspeita de sofrimento estão livres todas as pessoas que se limitam a seguir as recomendações, sem nem o compromisso de questioná-las.
Mas, de qualquer forma, a grande massa é formada por seres gregários que, desde sempre, buscam a interação com seus semelhantes. Os primevos já faziam isso para se proteger e para procriar. Mas, afora esses instintos mais elementares, a busca do outro para a complementação de objetivos e realização de anseios de felicidade sempre marcou o comportamento da raça humana.
Mas não se pense que a solidão é sempre perniciosa. Não, muitas vezes ela é ótima, e outras tantas, indispensável.
Muitas pessoas, vitimadas por relacionamentos opressivos, castigadas por parceiros dominantes, só têm chance de recuperar a identidade perdida ou atropelada, se lograrem um período de isolacionismo, que permita a reciclagem dos seus valores e a redefinição de suas metas e objetivos de vida.
Por outro lado, muitos indivíduos vivem solitários e não se queixam disso. Pelo contrário, se lamentam da falta de sossego quando, por alguma circunstância familiar, são obrigados a um convívio que lhes parece invasivo e ruidoso.
Outros estão sempre rodeados de multidões de amigos, muitos transitórios e fugazes, num renovar de afetos que sugere mais carência afetiva do que capacidade ilimitada de conquista e sedução.
Mudou a sociedade, que se tornou mais egoísta e competitiva, mas sempre existiram e existirão amigos sinceros, entremeados com os oportunistas, que podem parecer bons companheiros, mas serão desmascarados quando surgir a primeira adversidade e com ela a necessidade da primeira ajuda.
A nossa juventude parece menos afeita ao relacionamento afetuoso e se empenha na interação virtual que nunca se materializa, tentando compensar a falta de ombros calorosos e fraternos com monitores coloridos mas insensíveis. Uma pena que não se consiga colocar afeto numa tela, mesma que ela ofereça o fascínio da tridimensão. Mas a garotada, com certeza se recuperará. E tomara que não gaste tanto tempo para descobrir que nenhum software conseguirá substituir a magia do abraço.
Dessa forma insuspeita de sofrimento estão livres todas as pessoas que se limitam a seguir as recomendações, sem nem o compromisso de questioná-las.
Mas, de qualquer forma, a grande massa é formada por seres gregários que, desde sempre, buscam a interação com seus semelhantes. Os primevos já faziam isso para se proteger e para procriar. Mas, afora esses instintos mais elementares, a busca do outro para a complementação de objetivos e realização de anseios de felicidade sempre marcou o comportamento da raça humana.
Mas não se pense que a solidão é sempre perniciosa. Não, muitas vezes ela é ótima, e outras tantas, indispensável.
Muitas pessoas, vitimadas por relacionamentos opressivos, castigadas por parceiros dominantes, só têm chance de recuperar a identidade perdida ou atropelada, se lograrem um período de isolacionismo, que permita a reciclagem dos seus valores e a redefinição de suas metas e objetivos de vida.
Por outro lado, muitos indivíduos vivem solitários e não se queixam disso. Pelo contrário, se lamentam da falta de sossego quando, por alguma circunstância familiar, são obrigados a um convívio que lhes parece invasivo e ruidoso.
Outros estão sempre rodeados de multidões de amigos, muitos transitórios e fugazes, num renovar de afetos que sugere mais carência afetiva do que capacidade ilimitada de conquista e sedução.
Mudou a sociedade, que se tornou mais egoísta e competitiva, mas sempre existiram e existirão amigos sinceros, entremeados com os oportunistas, que podem parecer bons companheiros, mas serão desmascarados quando surgir a primeira adversidade e com ela a necessidade da primeira ajuda.
A nossa juventude parece menos afeita ao relacionamento afetuoso e se empenha na interação virtual que nunca se materializa, tentando compensar a falta de ombros calorosos e fraternos com monitores coloridos mas insensíveis. Uma pena que não se consiga colocar afeto numa tela, mesma que ela ofereça o fascínio da tridimensão. Mas a garotada, com certeza se recuperará. E tomara que não gaste tanto tempo para descobrir que nenhum software conseguirá substituir a magia do abraço.
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* Médico
Fonte: ZH on line, 21/09/2013
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