Prestes a ocupar a faixa das 18h da Globo, a novela "Joia Rara" mistura a
filosofia budista a uma história de amor proibido na década de 1930.
A joia rara em questão é a filha do casal de protagonistas reconhecida
como reencarnação de um mestre budista dos Himalaias, que ajudou a
salvar a vida de seu pai.
A exemplo do que ocorreu com outros folhetins do canal abordando temas
espirituais, a trama já é discutida por seguidores do budismo.
"Para mim, eles já começaram errado. Não se pode colocar a reencarnação
numa novela", diz o lama (professor) Zopa Norbu, do centro de difusão do
budismo dos Himalaias Jardim do Dharma, em São Paulo.
"No budismo se ensina isso, mas não é um conhecimento para se colocar
numa novela, para [ser visto por] milhões de pessoas que não têm essa
crença", diz o lama.
Na opinião dele, o alcance da novela pode despertar "o problemão" da
intolerância religiosa. A melhor das hipóteses, para Norbu, é que a
audiência ignore os aspectos budistas "e veja simplesmente como uma
novela".
Já Thelma Guedes, que divide a autoria da novela com Duca Rachid,
afirma: "É um erro subestimar a capacidade do público de receber os
temas. O público espera ver um folhetim. Se você o fizer, com os clichês
que estruturam esse gênero, e abordar dentro dessa estrutura qualquer
outro tema, o público estará disponível para recebê-lo".
A lama Sherab, professora residente no Templo de Três Coroas (RS),
afirma que "existe o risco de haver um entendimento pela metade" a
respeito do budismo, mas diz estar "superfeliz" com a oportunidade de
divulgação.
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Fonte: Folha de São Paulo on line, 01/09/2013
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Fonte: Folha de São Paulo on line, 01/09/2013
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